Tarifaço nos EUA leva BrasPine a demitir 400 trabalhadores no Paraná e suspender contratos de mais de mil funcionários

Demissões e layoff no setor madeireiro

A fabricante de produtos à base de madeira BrasPine, com unidades em Jaguariaíva e Telêmaco Borba (PR), anunciou nesta quarta-feira (3) medidas drásticas diante da crise gerada pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre itens brasileiros do setor. A empresa confirmou a demissão de aproximadamente 400 trabalhadores e a inclusão de outros 1,1 mil empregados em regime de layoff.

Segundo comunicado, os contratos dos trabalhadores em layoff continuam ativos, com benefícios preservados. Nesse período, os funcionários participarão de programas de capacitação profissional. A BrasPine, entretanto, não especificou se a modalidade aplicada prevê apenas a redução de jornada e salário ou a suspensão temporária dos contratos.

O que é o layoff

O layoff é um recurso previsto pela legislação trabalhista brasileira para situações de crise, permitindo que companhias ganhem fôlego financeiro sem a necessidade de desligar definitivamente seus funcionários.

Tarifas e impacto econômico

A decisão da empresa está diretamente ligada às barreiras comerciais impostas em julho pelo governo norte-americano, sob a gestão de Donald Trump. O tarifaço entrou em vigor em agosto e afetou fortemente empresas exportadoras, em especial do setor madeireiro, que têm os Estados Unidos como principal destino de vendas.

Em julho, a BrasPine já havia anunciado férias coletivas para 700 funcionários, medida que dias depois foi ampliada para 1,5 mil trabalhadores. Naquele momento, a companhia contava com cerca de 2,5 mil empregados, distribuídos entre as duas plantas industriais, além de equipes florestais e administrativas.

Perspectivas para o setor

A indústria informou que, diante da retração da demanda e da falta de avanços em negociações setoriais, a continuidade das operações em ritmo normal tornou-se inviável. A expectativa é que as medidas emergenciais ajudem a empresa a atravessar o período de instabilidade, mas não há previsão de quando a produção poderá ser retomada em sua totalidade.

Com informações de g1.