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As exportações de relógios suíços tiveram uma queda acentuada em agosto, encerrando o mês 17% abaixo do volume observado um ano antes. O resultado reflete a combinação de demanda enfraquecida na China e o efeito direto das tarifas norte-americanas de 39% aplicadas a partir de 7 de agosto, o que redesenhou o fluxo de envios para os principais mercados.
O baque foi particularmente visível nos dois maiores destinos. As vendas para a China recuaram 36%, enquanto os Estados Unidos registraram queda de 24% na comparação anual. Em ritmo mensal, os envios ajustados para o mercado norte-americano também cederam 22% frente a julho, num movimento imediato de ajuste às novas tarifas.
O impacto atingiu marcas de todos os segmentos — de conglomerados como Richemont e Swatch Group às casas independentes de alta relojoaria. No pregão, as ações da Swatch chegaram a cair 2,1% e as da Richemont recuaram 0,7% após a divulgação dos dados, sinalizando expectativas mais cautelosas para o segundo semestre.
Ainda que a Suíça tenha compensado parte do choque com mais vendas para mercados europeus e vizinhos do NAFTA (como Canadá e México), o saldo do mês ilustra ventos contrários persistentes. Em paralelo, o déficit comercial dos EUA com a Suíça encolheu para 2,06 bilhões de francos suíços, o segundo menor nível desde 2020, efeito colateral da barreira tarifária sobre relógios.