Amazônia impulsiona inovação na indústria farmacêutica com forte investimento em P&D

A indústria farmacêutica brasileira é destaque em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D), com projeções para 2025 mostrando que mais de 80% das empresas do setor planejam ampliar seus investimentos nessa área — um índice superior ao da indústria em geral, que é pouco acima de 50%. Esse crescimento é especialmente importante no contexto da biodiversidade única da Amazônia, reconhecida como uma fonte estratégica para a descoberta de novas moléculas e bioativos com potencial terapêutico.

Diversos especialistas reunidos no webinar “Diálogos Amazônicos”, promovido pela Confederação da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e outras instituições, ressaltaram o papel decisivo da região no avanço científico e tecnológico da indústria farmacêutica nacional. Iran Gonçalves Júnior, Diretor Médico da EMS, destaca a quarta maior planta industrial de medicamentos do mundo localizada na Zona Franca de Manaus, pontuando a capacidade do Brasil de transformar ciência em soluções acessíveis para a população.

Fernanda de Negri, do Ministério da Saúde, reforça a importância de alinhar inovação com políticas públicas: o Complexo Econômico-Industrial da Saúde brasileiro combina desenvolvimento produtivo, inovação científica e acesso universal, enquanto a riqueza da biodiversidade amazônica amplia oportunidades para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O professor Adriano D. Andricopulo, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, aponta que o Brasil possui um “imenso potencial” para o desenvolvimento de novos medicamentos a partir de pesquisas nas principais instituições científicas, aceleradas por tecnologias laboratoriais e biotecnológicas. Ele destaca a importância de ampliar infraestrutura de pesquisa, bancos de germoplasma e fortalecer a ligação entre academia e indústria para que as descobertas avancem para produção em larga escala.

A biodiversidade amazônica é um diferencial crucial, com mais de 14 mil espécies catalogadas pela UFBA, que ampliam o espectro de fontes para pesquisas farmacêuticas. Projetos que mapeiam a biodiversidade e promovem o desenvolvimento sustentável reforçam o protagonismo da região no cenário nacional e global.

Essa integração entre ciência, indústria e governo é fundamental para impulsionar a inovação, garantir o desenvolvimento sustentável da indústria farmacêutica e democratizar o acesso a medicamentos modernos e eficazes no Brasil.