Queda contínua desde abril
A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho na comparação com junho, registrando o quarto mês seguido de retração. Desde abril, o setor acumula perda de 1,5%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo IBGE.
Apesar do resultado negativo, a indústria ainda se mantém 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). No entanto, segue distante do recorde de maio de 2011, estando 15,3% abaixo daquele patamar. Em relação a julho de 2024, houve leve avanço de 0,2%.
Setores em queda
Entre as 25 atividades analisadas, 13 tiveram retração em julho. A metalurgia exerceu o maior impacto negativo, com queda de 2,3%, após dois meses de crescimento acumulado de 1,6%.
Outros recuos relevantes foram registrados em:
- outros equipamentos de transporte (-5,3%);
- impressão e reprodução de gravações (-11,3%);
- bebidas (-2,2%);
- manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-3,7%);
- equipamentos de informática e eletrônicos (-2%);
- produtos de borracha e plástico (-1%).
Áreas de crescimento
Por outro lado, 11 setores registraram alta. Entre os destaques positivos:
- produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+7,9%);
- produtos alimentícios (+1,1%);
- indústrias extrativas (+0,8%);
- produtos químicos (+1,8%);
- máquinas e equipamentos (+1,2%);
- celulose, papel e derivados (+0,7%).
Grandes categorias econômicas
Na passagem de junho para julho, bens de consumo duráveis (-0,5%) e bens de capital (-0,2%) voltaram a cair. Já bens intermediários (+0,5%) e bens de consumo semi e não duráveis (+0,1%) tiveram resultados positivos, interrompendo meses seguidos de retração.
Comparação anual
Na comparação com julho de 2024, a indústria teve variação positiva de 0,2%, com crescimento em 12 dos 25 ramos. As indústrias extrativas puxaram o resultado, com alta de 6,3%, impulsionadas pela maior produção de petróleo e gás natural.
Outros setores que cresceram foram:
- produtos alimentícios (+2,2%);
- farmacêuticos (+12%);
- máquinas e equipamentos (+5,2%);
- produtos químicos (+1,9%);
- têxteis (+9,9%);
- celulose e papel (+3,8%).
Entre as atividades em queda, o maior impacto negativo veio de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-7,7%), pressionados pela menor produção de etanol. Também recuaram bebidas (-8,8%), produtos de metal (-5%) e minerais não metálicos (-3%).
Perspectiva do setor
Embora os números do IBGE mostrem fragilidade, a Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil apontou que a intenção da indústria em lançar novos produtos cresceu 17,3% em agosto frente a julho. Ainda assim, em relação a agosto de 2024 houve queda de 11%, sinalizando menor atividade em comparação anual.
Com informações da Agência de Notícias IBGE