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São Paulo, 03 de setembro de 2025 – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou em julho um desempenho positivo, sustentado principalmente pelo avanço da demanda doméstica. O consumo aparente atingiu R$ 36,4 bilhões, alta de 1,2% em relação a junho e de 8,9% frente a julho de 2024.
A receita líquida de vendas para o mercado interno acompanhou esse movimento e cresceu 14,5% em comparação anual, evidenciando a força do consumo local tanto para bens nacionais quanto importados.
Comércio exterior em queda
O cenário externo, porém, segue desafiador. As exportações do setor recuaram 4,8% em julho, totalizando US$ 1,27 bilhão. A retração foi puxada pela queda de preços internacionais (-2,7%) e, sobretudo, pela redução das vendas para a América do Norte (-11,6%). Nos Estados Unidos, destino de 26% das exportações brasileiras do setor, a demanda por máquinas para construção civil despencou 21%, o que levou a uma queda geral de 10,6% no embarque ao país.
Já as importações avançaram, somando US$ 2,9 bilhões – o segundo maior volume da série histórica. A China se destacou como principal origem, responsável por 32% do total.
Capacidade e emprego em alta
O nível de utilização da capacidade instalada alcançou 78%, ligeira alta frente a junho e 2,5 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2024. A carteira de pedidos também mostrou recuperação (+0,6%), e o setor encerrou julho com 425 mil trabalhadores empregados, um aumento de 1% sobre o mês anterior.
Perspectivas
Apesar dos bons números internos, o setor projeta desaceleração nos próximos meses. A política monetária restritiva no Brasil e as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos — que devem elevar a taxação sobre máquinas brasileiras para 50% — devem pressionar os embarques. As estimativas apontam para um crescimento de 5% na receita total em 2025, sustentado pelo mercado interno (+12%), mas com queda de 15% nas exportações, que podem cair de US$ 13,2 bilhões em 2024 para US$ 11,2 bilhões em 2025.
O que muda
- Para fabricantes: o mercado interno segue como principal motor de vendas, compensando parte das perdas externas.
- Para exportadores: tarifas adicionais nos EUA tendem a reduzir ainda mais a competitividade.
- Para o setor: emprego e carteira de pedidos sinalizam fôlego, mas a estratégia deve priorizar o consumo doméstico.
Fonte: ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos