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O setor de construção civil no Brasil deu sinais fortes de recuperação no mercado de trabalho ao registrar 17.328 novas vagas formais em agosto de 2025, um crescimento de cerca de 0,57% em relação a julho. Esse desempenho reafirma o segmento como um dos pilares da retomada econômica, sobretudo em momentos de instabilidade macroeconômica.
Esse resultado soma-se a outros indicadores que mostram a importância estrutural da construção para gerar emprego em larga escala. Entre janeiro e maio de 2025, o setor abriu 149,2 mil novas vagas, e ultrapassou a marca de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada — um recorde mensal desde 2014.
Em março, ele já tinha se destacado: foram gerados 21.946 postos, correspondendo a quase 30,7% das novas vagas registradas no país naquele mês.
Principais forças por trás dos números
- Segmentos que impulsionam o setor
A construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados contribuem de forma complementada para esses saldos positivos. - Salários acima da média
Para muitos admitidos no setor, o salário de entrada é elevado. Em 2025, o valor médio de admissão na construção chegou a R$ 2.436, o maior entre os setores econômicos. - Desafios persistentes
Apesar do desempenho recente, o setor enfrenta pressões consideráveis:- Juros elevados: encarecem o crédito e reduzem investimentos em novas obras.
- Escassez de mão de obra qualificada: há vagas, mas muitos profissionais não têm o preparo técnico exigido. Esse “apagão de competências” limita ainda mais o crescimento.
- Confiança empresária em baixa: o Índice de Confiança do Empresário da Construção caiu para 45,8 pontos, o nível mais baixo desde 2020.
- Importância regional
Em estados como Santa Catarina, por exemplo, a construção liderou a geração de empregos formais em 2025, puxando o saldo industrial estadual. - Ciclos e tendências
Nos últimos cinco anos, o setor criou mais de 800 mil empregos formais, com alta acumulada de quase 39% no número de trabalhadores com carteira.
Além disso, em 2024 o setor apresentou crescimento previsto de 4,1%, apesar das oscilações nos custos e nos investimentos públicos.