Empresa de MG cresce com boom da air fryer e lidera mercado de batata pré-frita congelada

A Bem Brasil, sediada em Minas Gerais, se consolidou como a maior fabricante nacional de batatas pré-fritas congeladas. A empresa faturou R$ 3,8 bilhões em 2024, crescendo em média 9% ao ano, e já responde por quase metade do mercado brasileiro.

O que impulsiona esse desempenho é a mudança no comportamento do consumidor, cada vez mais adepto da praticidade da air fryer, da busca por refeições rápidas e da ideia de que é possível comer de forma mais saudável sem abrir mão do sabor.

Esse movimento não acontece por acaso. Nos últimos seis anos, o mercado brasileiro de batata congelada tem crescido a uma taxa média de 6,5% ao ano. Hoje, o consumo per capita é de cerca de 4 kg por habitante, bem abaixo da média de países como Estados Unidos, onde a média chega a 10 kg, e da União Europeia, que ultrapassa 12 kg.

Esse espaço para expansão ajuda a explicar o otimismo do setor e a confiança da Bem Brasil em manter um ritmo acelerado de crescimento.

Para sustentar a operação, a empresa consumiu em 2024 quase 900 mil toneladas de batata in natura, compradas de produtores parceiros com contratos fechados com até duas safras de antecedência.

O modelo garante previsibilidade de insumo e fortalece o elo com a agricultura nacional. Além disso, a companhia anunciou investimentos robustos: R$ 2 bilhões para erguer uma nova fábrica em Jaborandi, na Bahia, que terá capacidade de beneficiar 400 mil toneladas por ano, e outros R$ 45 milhões destinados à automação do armazém em Perdizes (MG), que agora conta com sistemas inteligentes de estocagem e movimentação de carga.

Outro ponto relevante é a mudança no perfil das vendas. Antes da pandemia, cerca de 70% da receita da Bem Brasil vinha do food service e apenas 30% do varejo. Hoje, a divisão está praticamente equilibrada, refletindo a presença da air fryer nos lares e a maior demanda por embalagens familiares e práticas.

Essa transformação consolida a posição da empresa como referência no segmento e reforça o potencial do Brasil em se aproximar do consumo dos grandes mercados internacionais.