Barra do Ribeiro (RS) receberá fábrica bilionária e poderá gerar empregos para toda a população

Localizado no interior do Rio Grande do Sul, o município de Barra do Ribeiro, com pouco mais de 12 mil habitantes, ganhou destaque nacional após confirmar sua escolha como sede de um dos investimentos industriais mais ambiciosos do estado: uma nova fábrica avaliada em R$ 27 bilhões. A iniciativa foi anunciada pela empresa chilena CMPC, especialista em celulose e produtos florestais, e inclui também a construção de um terminal portuário vinculado ao Porto do Rio Grande.

Barra do Ribeiro foi escolhida por reunir fatores estratégicos importantes: proximidade com hidrovias ligadas à Laguna dos Patos, acesso rodoviário ao Porto do Rio Grande e condições logísticas favoráveis para o escoamento da produção. O plano da CMPC prevê movimentar até 5 milhões de toneladas por ano no terminal que será conectado via barcaças e redes hidroviárias regionais.

Durante o pico da fase de construção, a empresa estima gerar até 12 mil empregos diretos e indiretos — número que se aproxima da própria população local. Já para a operação da fábrica e do terminal, a expectativa é de pelo menos 6 mil empregos permanentes. Esses números transformam o projeto em um dos maiores geradores de emprego industrial já previstos para uma cidade de porte pequeno no país.

A fábrica produzirá celulose em escala global, com capacidade anual projetada de 3,5 milhões de toneladas. A estimativa é de que metade da energia gerada pela planta (cerca de 200 MW) será consumida internamente e o excedente (200 a 220 MW) seja injetado no Sistema Interligado Nacional, suficiente para abastecer uma cidade com 800 mil habitantes.

Além da planta industrial, o pacote contempla a implantação de um terminal de exportação no Porto do Rio Grande, cuja concessão será leiloada no âmbito federal. A logística integra rodovias, hidrovias e apoio portuário, de modo a reduzir custos de escoamento e aumentar a competitividade do produto final.

Esse projeto, chamado “Projeto Natureza”, será o maior investimento privado já anunciado no Rio Grande do Sul. A pedra fundamental já foi lançada, e a previsão é de que a fábrica entre em operação por volta de 2029.

Entretanto, o volume do investimento e o impacto urbano exigem planejamento prévio: moradia, saúde, educação, infraestrutura urbana e serviços públicos precisarão se expandir drasticamente para absorver a demanda. Autoridades municipais e estaduais já iniciaram tratativas para preparar o município a esse salto.

Importante também destacar que esse tipo de investimento em cidade pequena pode fomentar indústrias satélite, fornecedores e logística local, criando um efeito multiplicador. Setores como transporte, construção civil, hospedagem e alimentação devem ser diretamente impactados, garantindo desenvolvimento regional por muitos anos.