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A Ambipar (AMBP3) conseguiu uma tutela cautelar na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que a protege, por 30 dias renováveis, contra cobranças de credores. A medida dá fôlego para negociar acordos extrajudiciais ou preparar um pedido de recuperação judicial. A decisão ocorre em meio a uma dívida expressiva de US$ 119 milhões com o Santander, além de compromissos relevantes com o Bradesco e outras instituições financeiras, o que acende alerta sobre a exposição dos grandes bancos ao caso.
A notícia repercutiu fortemente na B3. As ações da Ambipar já acumulavam perdas após quedas recentes, e agora enfrentam risco adicional de saída de índices de liquidez, perda de valor patrimonial para acionistas e possibilidade de diluição em eventual emissão de novas ações. Em cenários mais graves, uma falência deixaria investidores minoritários em último lugar na ordem de pagamentos.
O mercado financeiro também analisa o impacto da crise nos balanços bancários. Embora a dívida da Ambipar represente apenas uma fração das carteiras de crédito de Santander e Bradesco, o episódio reforça os riscos de concentração setorial e a necessidade de provisionamento. Para os acionistas minoritários, a recomendação de especialistas é prudência: reduzir exposição, ainda que com perdas, pode evitar prejuízos maiores diante da incerteza.
Vale lembrar que a Ambipar chegou a valorizar 730% em 2024, atraindo forte volume de investidores pessoa física. Esse histórico amplia a frustração atual, já que parte desses ganhos foi rapidamente corroída pela deterioração recente. O caso agora será um teste para a capacidade da empresa de reestruturar suas dívidas sem perder competitividade e para os bancos de mitigar seus riscos de crédito.