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A atividade industrial mineira em agosto de 2025 registrou os piores números para esse mês na última década, conforme dados da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O índice de evolução da produção caiu para 44,3 pontos, pressionado pela retração generalizada na manufatura, nos empregos e no uso da capacidade instalada.
Em relação a julho, houve recuo de 6,4 pontos, e em comparação a agosto de 2024, a queda alcançou 8,2 pontos. Isso indica que a diminuição da produção não foi apenas pontual, mas atravessa um movimento de fraqueza persistente. Subsetores importantes como metalurgia, bens de capital, alimentos e químicos foram afetados simultaneamente.
A variável de número de empregados industriais também apresentou desempenho negativo: 45,8 pontos em agosto, queda de 2 pontos frente a julho e de 5,3 pontos frente ao ano anterior. Esse comportamento sugere que as empresas começam a ajustar seus quadros à nova realidade de menor demanda. Já a utilização da capacidade instalada caiu para 40,7 pontos, mostrando operação com ampla ociosidade.
Surpreendentemente, os estoques de produtos recuaram para 49,5 pontos, abaixo do nível esperado, o que pode mostrar que houve vendas além do planejado, mas não o suficiente para reverter queda de produção. Este fenômeno pode sinalizar um possível estímulo de recuperação, caso haja retomada da demanda, mas em cenário de fragilidade econômica isso é arriscado.
As expectativas dos industriais mineiros para os próximos seis meses estão em níveis extremamente negativos. O índice de expectativa de demanda caiu 8,4 pontos em relação ao ano anterior, chegando a 48,3 pontos — abaixo da marca neutra de 50. Já expectativa de emprego caiu para 46 pontos, menor nível em 10 anos para setembro. O indicador de intenção de investimentos, embora ainda acima da média histórica, também recuou para 54,5 pontos.
Esse panorama revela um setor industrial sob forte estresse, com múltiplas variáveis internas e externas agitadas: elevação de inflação, juros elevados, incertezas fiscais e pressão cambial. A indústria mineira vive um momento de ajuste forçado, com empresas reavaliando custos, paralisando investimentos e reestruturando operações.