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O Brasil vive um crescimento expressivo nas exportações de alumínio reciclado, consolidando-se como fornecedor estratégico no mercado global. Nos últimos dois anos, o volume enviado ao exterior cresceu 150%, alcançando 52,7 mil toneladas em 2024 e movimentando US$ 88,5 milhões.
A alta reflete a busca internacional por insumos sustentáveis e de menor custo energético, já que o alumínio reaproveitado é significativamente mais barato e menos poluente que o produzido do zero.
Os principais compradores são China, Coreia do Sul, Índia e Estados Unidos, com destaque para o mercado chinês, que elevou suas compras em impressionantes 1.356% entre 2022 e 2024.
O país asiático aposta no metal reciclado para viabilizar sua meta de construir 50 mil quilômetros de ferrovias de alta velocidade até o fim deste ano, priorizando trens produzidos em alumínio de menor impacto ambiental.
A liderança brasileira nesse segmento se deve ao alto índice de reciclagem nacional. Atualmente, o país reaproveita 97% das latinhas de bebidas e cerca de 55% dos produtos de alumínio em geral, números que superam amplamente a média mundial, que não passa de um terço. Mais da metade do alumínio consumido no Brasil vem da reciclagem, reforçando a eficiência da cadeia.
O sucesso desse modelo remonta à década de 1990, quando o setor privado investiu fortemente em economia circular antes mesmo da criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída apenas em 2010.
A combinação de alta demanda global, câmbio favorável e uma estrutura de coleta consolidada fortalece o protagonismo do país como exportador de alumínio reciclado de qualidade.