A rede C&C Casa & Construção, uma das maiores varejistas brasileiras do setor de materiais de construção, encerrou suas operações após mais de duas décadas de atuação. A empresa, que chegou a operar dezenas de lojas em vários estados, não resistiu às mudanças no comportamento do consumidor e à elevação dos custos operacionais.
Mesmo com estrutura sólida e grande presença no mercado, o modelo de grandes lojas físicas se tornou insustentável. A combinação de custos altos, queda nas vendas e avanço do comércio eletrônico comprometeu a rentabilidade do negócio e levou a companhia a reavaliar completamente sua estratégia.
Fundada em 2000, a C&C nasceu da fusão de redes tradicionais, como Conibra e Madeirense, e chegou a ser uma das principais referências no varejo de construção e reforma. Nos últimos anos, no entanto, o grupo passou por diversas mudanças de gestão e chegou a contratar consultorias especializadas para reestruturar o modelo de operação.
Em 2023, a empresa foi adquirida pela Arcos Gestão e Investimento (AGI), que iniciou um amplo processo de fechamento de lojas e liquidação de estoques. Diversas unidades em cidades como São José dos Campos, São Bernardo do Campo e São Gonçalo encerraram as atividades, e o grupo admitiu que o formato de grandes lojas de material de construção já não acompanhava as transformações do mercado.
O caso da C&C reforça uma tendência que vem se acentuando no setor: o tamanho e a tradição de uma marca já não garantem competitividade em um ambiente de consumo cada vez mais digital e sensível a preço. A sobrevivência no varejo depende da capacidade de adaptação a novos canais, eficiência logística e inovação na experiência de compra.
Com o encerramento das operações, a C&C se junta à lista de redes que perderam espaço para modelos mais enxutos e conectados ao consumidor digital. O episódio serve de alerta ao setor de construção: a modernização do varejo é hoje uma questão de sobrevivência.


