A Suzano S.A., maior produtora mundial de celulose de eucalipto, anunciou nesta quinta-feira (6 de novembro) seus resultados para o terceiro trimestre de 2025 (3T25), revelando um recuo expressivo no lucro líquido na comparação com o mesmo período de 2024.
O lucro líquido da empresa no 3T25 foi de R$ 1,96 bilhões, frente aos cerca de R$ 3,22 bilhões apurados no 3T24 — uma queda de aproximadamente 39%.
A receita líquida alcançou aproximadamente R$ 12,15 bilhões, o que representa uma retração de cerca de 1% em relação à receita do 3T24, e também uma queda em comparação ao trimestre anterior.
Já o Ebitda ajustado da Suzano no período foi de cerca de R$ 5,20 bilhões, registrando uma diminuição de cerca de 20% frente ao 3T24.
Motivos e fatores de impacto
A companhia atribui o desempenho ao cenário de queda no preço médio da celulose no mercado internacional e ao câmbio menos favorável. O preço médio líquido da celulose exportada pela Suzano ficou em US$ 524 por tonelada, o que representou uma queda de aproximadamente 22% ante o 3T24.
Além disso, apesar do volume de vendas de celulose e papel ter apresentado crescimento — 20% nas vendas de celulose e 21% nas de papel na comparação anual foram relatados pela empresa — o impacto do menor preço realizado e da menor conversão cambial pressionou o resultado.
A Suzano também destacou uma melhoria no custo-caixa de produção de celulose (sem considerar paradas programadas), que ficou em cerca de R$ 801 por tonelada — redução de aproximadamente 7% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Por fim, a alavancagem financeira em dólares da empresa encerrou o período em cerca de 3,3 vezes dívida líquida/EBITDA, ante cerca de 3,1 vezes no 3T24.
Cenário e perspectivas
O setor global de celulose enfrenta desafios de oferta e demanda, com pressão sobre os preços em dólares e custos que variam conforme câmbio e insumos. No caso da Suzano, embora o volume de vendas tenha crescido, o efeito do preço menor e câmbio desfavorável se mostrou mais forte no trimestre.
Para os próximos meses, o foco da Suzano estará em retomar a trajetória de geração de caixa, aproveitar ganhos de competitividade e controle de custo, além de observar a evolução dos mercados internacionais — especialmente China e Europa — que influenciam os preços da celulose.


