Indústria brasileira perde ritmo em setembro, mas ainda mostra fôlego no ano

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A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, depois de ter crescido em agosto. O dado é da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE. Mesmo com essa leve queda, o setor ainda acumula alta de 1% no ano e 1,5% nos últimos 12 meses, mostrando que a indústria continua em terreno positivo — mas com alguns sinais de desaceleração.

Setor sente o peso de alguns ramos importantes

O resultado negativo veio principalmente das áreas de farmacêuticos (-9,7%), extração mineral (-1,6%) e montagem de veículos (-3,5%), que puxaram a média para baixo. Esses segmentos são muito sensíveis ao crédito e à demanda externa — e acabam refletindo o clima mais travado da economia global.
Também recuaram os ramos de confecção (-2,9%), equipamentos de transporte (-1,9%) e produtos diversos (-2,7%).

Alimentos e setores básicos continuam sustentando a produção

Por outro lado, alimentos (+1,9%) continuam sendo o principal motor da indústria brasileira. Cresceram também fumo (+19,5%), madeira (+5,5%), borracha e plástico (+1,3%), além de máquinas e materiais elétricos (+1,7%) e metalurgia (+0,5%).
Ou seja: mesmo com quedas pontuais, a base produtiva continua ativa — especialmente em segmentos ligados ao consumo do dia a dia e à cadeia de exportação.


Panorama da indústria brasileira — setembro de 2025

Indicador Variação
Setembro vs. Agosto -0,4%
Setembro 2025 vs. Setembro 2024 +2,0%
Acumulado de Jan–Set +1,0%
Últimos 12 meses +1,5%

Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Mensal (PIM), setembro de 2025.


Como estão as grandes categorias econômicas

Categoria Mês x Mês Ano x Ano Acum. 2025 12 meses
Bens de Capital +0,1% -1,7% -0,2% +3,0%
Intermediários -0,4% +3,4% +2,3% +2,5%
Bens de Consumo Total -0,1% -0,2% -1,5% -0,6%
— Duráveis -1,4% +3,3% +4,8% +7,6%
— Semiduráveis e não duráveis -0,1% -0,8% -2,6% -1,9%
Indústria Geral -0,4% +2,0% +1,0% +1,5%

O que isso significa para quem produz

Na prática, o número mostra que a indústria brasileira está oscilando, mas não parou. Parte das fábricas reduziu o ritmo em setembro, especialmente nos setores que dependem de crédito e exportação.
Por outro lado, as cadeias ligadas à alimentação, borracha, plástico e energia seguem aquecidas, o que indica que há mercado para fornecedores e fabricantes que atuam nessas áreas.

Para o empresário industrial, o recado é claro: o cenário ainda é de crescimento moderado, com boas oportunidades em produtos de giro mais rápido e na reposição de equipamentos. Quem se planejar agora — modernizando a produção ou ampliando o portfólio — pode ganhar espaço no início de 2026.

Caiohttps://galpaodasmaquinas.com.br
Caio é empreendedor e fundador do Galpão das Máquinas, a maior plataforma online de compra, venda e divulgação de equipamentos industriais no Brasil. Com mais de 20 de experiência prática no setor de máquinas e equipamentos, atua diariamente acompanhando fabricantes, importadores e revendedores.

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