A Procter & Gamble (P&G), gigante americana de bens de consumo dona de marcas como Pampers, Head & Shoulders e Pantene, reportou lucro de US$ 4,8 bilhões no trimestre encerrado em 30 de setembro, alta de 20% ano a ano. A receita subiu 3%, para US$ 22,4 bilhões, com beleza e higiene pessoal liderando o crescimento — e uma China mais favorável após ajustes operacionais.
O CFO Andre Schulten destacou que a press03ão tarifária prevista para 2026 caiu para US$ 500 milhões (antes: US$ 1 bilhão), com isenções a matérias-primas não cultivadas nos EUA, como polpa de eucalipto. Em produtividade, segue em curso a redução de 7.000 cargos não fabris em dois anos para tornar as equipes mais enxutas e digitais, mantendo foco no consumidor e na construção de marca.
Na Grande China, as vendas avançaram 5%, o que a companhia chamou de “progresso muito forte” em um ambiente ainda competitivo. Em paralelo, a P&G mantém disciplina de preços e mix para segurar margens, em contexto de consumidor pressionado por inflação e incertezas geopolíticas.
Para a cadeia industrial de beleza e higiene, a leitura é direta: marcas líderes seguem investindo em portfólio premium, inovação de formulações e operações enxutas para sustentar margens. Fornecedores de embalagens, fragrâncias, surfactantes e ativos funcionais tendem a se beneficiar de ciclos de lançamento mais frequentes, mas sob contratos com metas rígidas de custo e sustentabilidade.
A P&G opera globalmente em mais de 180 países, com forte presença multicanal. Em beleza, a empresa disputa share com players como L’Oréal, Estée Lauder e Unilever; o resultado recente indica que a estratégia de categorias núcleo — e o peso de skincare, haircare e grooming — seguem sustentando caixa para investimento em marketing e capex.


