A Viação Itapemirim, um dos maiores grupos de transporte rodoviário do Brasil, enfrenta um processo de falência decretado em setembro de 2022. A empresa, que chegou a operar centenas de linhas interestaduais de ônibus, acumula dívidas bilionárias e está sob administração judicial.
Recentemente, um leilão judicial dos ativos da massa falida da Itapemirim, inicialmente marcado para 10 de novembro de 2025, foi suspenso por decisão da Justiça de São Paulo. O juiz Marcelo Stabel de Carvalho Hannoun, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, determinou a suspensão do leilão até que recursos pendentes no Tribunal de Justiça de São Paulo sejam julgados.
O motivo da suspensão são ações judiciais que questionam a modelagem, avaliação e legalidade da venda dos ativos da empresa. A decisão ainda prevê que órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o Ministério Público e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se manifestem acerca do novo edital proposto pela administradora judicial EXM Partners.
O valor estimado para a venda dos bens, conforme o novo edital, é de R$ 101,1 milhões, aumentando em relação ao lance mínimo anterior de R$ 97,2 milhões. No entanto, o juiz considerou o cronograma da nova concorrência “açodado” e pediu tempo para análises aprofundadas e para que as partes interessadas se manifestem.
A massa falida da Itapemirim tem dívidas que chegam a R$ 2,9 bilhões, envolvendo fornecedores, funcionários e credores diversos. A empresa está em processo judicial complexo, com diversas manifestações de concorrentes de mercado que questionam aspectos do edital e defendem seus interesses no processo.
Desde março de 2023, a operação das linhas da Itapemirim vem sendo arrendada à empresa Suzantur, que também participa da disputa pelo controle dos ativos. O processo de falência e venda da Itapemirim segue sob supervisão judicial rigorosa, com o objetivo de garantir transparência e segurança para os envolvidos.
O adiamento do leilão evidencia a complexidade e os desdobramentos jurídicos da falência de grandes grupos empresariais no Brasil, especialmente em setores estratégicos como o de transporte rodoviário.
