A indústria do cimento no Brasil, tradicionalmente apontada como uma das mais poluentes, tem adotado medidas para reduzir sua pegada ambiental e buscar a neutralidade nas emissões de carbono até 2050. O setor é responsável por 2,3% das emissões totais nacionais, valor abaixo da média global de 7%.
Fabricantes estão investindo em tecnologias para diminuir o uso de combustíveis fósseis no processo produtivo, que exige o aquecimento intenso de fornos. Um dos combustíveis alternativos utilizados é o pneu velho triturado, com o país reciclado cerca de 75 milhões de pneus por ano para este fim — volume suficiente para dar uma volta ao mundo enfileirados. Além disso, biomassa e resíduos industriais são empregados no coprocessamento para substituir até 30% do combustível fóssil atualmente, com meta de alcançar 50% até 2030.
O calcário, matéria-prima fundamental para o clínquer (base do cimento), é responsável por significativa emissão de CO₂ durante sua queima. Para reduzir esse impacto, o setor tem testado a diminuição do uso do clínquer e sua substituição por outros materiais que não comprometem a resistência do cimento.
Os resultados são promissores, com o Brasil emitindo cerca de 580 kg de CO₂ por tonelada produzida, abaixo da média mundial de 600 kg. Parcerias com universidades têm ajudado na pesquisa de sistemas construtivos que utilizem menos cimento e concreto, apostando em estruturas mais leves e eficientes.
A indústria e a construção civil têm uma responsabilidade conjunta na redução da poluição, fomentando melhorias desde a fabricação até o uso dos produtos, criando uma cadeia sustentável e inovadora para o setor.


