O setor de caminhões vive um momento de retração no Brasil. Entre maio e setembro, foram 445 postos de trabalho encerrados, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O recuo reflete a desaceleração na produção e nas vendas, especialmente após a introdução das novas normas de emissões Euro 6, que elevaram o custo dos veículos.
No acumulado do ano, a produção de caminhões caiu 28% em relação a 2024, enquanto as exportações recuaram 21%. As fabricantes apontam a falta de crédito e o aumento das taxas de juros como os principais obstáculos à recuperação. Além disso, o preço médio dos modelos pesados subiu quase 30% em dois anos, o que afastou parte dos transportadores autônomos e pequenas frotas.
A montadora Scania, por exemplo, reduziu temporariamente turnos na unidade de São Bernardo do Campo (SP), e outras empresas do setor seguem ajustando estoques para se adequar à demanda. Ainda assim, o segmento aposta na retomada gradual impulsionada pela renovação de frotas e pelo avanço dos caminhões elétricos e híbridos, que devem ganhar mais espaço a partir de 2026.
Apesar das demissões recentes, o setor segue estratégico para a economia, empregando cerca de 50 mil trabalhadores diretos e movimentando uma ampla cadeia de fornecedores e prestadores de serviços.


