Apesar de um leve avanço registrado em outubro, a indústria brasileira mantém um quadro de pessimismo, acumulando 10 meses seguidos abaixo da linha de confiança. Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador subiu 1 ponto, alcançando 47,2 pontos – ainda abaixo dos 50 pontos que separam confiança de falta de confiança.
O levantamento, realizado com 1.164 empresas industriais entre 1º e 7 de outubro de 2025, mostra que a melhora foi puxada tanto pelas condições atuais percebidas pelos empresários, quanto pelas expectativas futuras. O Índice de Condições Atuais avançou 1,3 ponto, atingindo 43,2 pontos, refletindo uma percepção menos negativa sobre a situação das empresas e da economia brasileira. Já o Índice de Expectativas, que avalia a perspectiva para os próximos seis meses, cresceu 2,9 pontos, chegando a 49,1, marcando a terceira alta consecutiva.
Embora o índice aponte para uma redução gradual do pessimismo, os especialistas alertam que ainda não se pode falar em reversão do cenário. Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destacou que o final do ano costuma trazer melhora nas condições, mas a falta de confiança que persiste desde o início do ano deve permanecer por algum tempo.
O cenário de confiança é importante para avaliar o ambiente de negócios e as decisões de investimentos na indústria, refletindo diretamente no ritmo de produção, geração de empregos e resultados econômicos do setor.
Apesar do contexto difícil, o aumento gradual do índice sugere uma possibilidade de estabilização, indicando que empresários industriais começam a ter uma visão um pouco mais otimista sobre o futuro, mesmo que ainda cautelosa.
Esse indicador é acompanhado de perto por agentes econômicos e formuladores de políticas públicas, que buscam promover ações para estimular o crescimento e o investimento industrial no Brasil.


