A empresa brasileira Serra Verde, que atua no setor de mineração de terras raras no Brasil e é apoiada por fundos como Denham Capital, Vision Blue Resources e Energy and Minerals Group, anunciou que firmou um financiamento de até US$ 465 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões) junto à United States International Development Finance Corporation (DFC) para viabilizar a ampliação da mina “Pela Ema”, localizada em Goiás.
O aporte, segundo documento divulgado pela DFC em 15 de agosto, destinar-se-á às melhorias operacionais da mina, cobertura de despesas administrativas e refinanciamento de dívidas existentes da Serra Verde.
A mina Pela Ema contém reservas de terras raras leves e pesadas — entre elas neodímio, praseodímio, térbio e disprósio — que são componentes essenciais para a transição energética, como em turbinas eólicas, veículos elétricos e equipamentos militares.
O Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras fora da China, e o financiamento ocorre em meio à estratégia dos Estados Unidos de promover cadeias de abastecimento alternativas à dependência chinesa.
A Serra Verde iniciou produção comercial em 2024 e estima elevar sua produção anual entre 4.800 e 6.500 toneladas métricas de óxidos de terras raras até o início de 2027.
Apesar do anúncio, a empresa ressalta que o projeto ainda “passa por diversas etapas e revisões antes de ser concluído”, incluindo aprovações regulatórias, engenharia e detalhamentos finais, motivo pelo qual prefere adiar comentários mais específicos.
Esse movimento representa uma combinação de interesses — de um lado, reforçar a autonomia dos EUA nas cadeias minerais críticas; de outro, aproveitar o potencial brasileiro no segmento de terras raras.
Em Goiás, a expansão da mina Pela Ema pode gerar impacto relevante em termos de investimento, empregos diretos e indiretos, além da ativação de serviços, logística e fornecedores locais.


