Mabe Brasil, conhecida por ser uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do país, enfrentou um processo de falência que marcou o setor industrial brasileiro. Fundada originalmente no México, a Mabe estabeleceu-se no Brasil com fábricas em diversas regiões, produzindo principalmente geladeiras e outros eletrodomésticos, e foi referência no mercado por décadas.
No entanto, a empresa passou por sérias dificuldades financeiras que culminaram na decretação de sua falência pela Justiça de São Paulo em fevereiro de 2016. O processo começou anos antes, com a Mabe solicitando recuperação judicial em 2013, na tentativa de superar a crise de liquidez que afetava suas operações.
Apesar de esforços para reestruturar suas dívidas, a companhia não conseguiu cumprir o plano estabelecido e enfrentou bloqueios judiciais e encerramento das atividades em suas principais fábricas. Em 2014, a Mabe fechou a unidade de Itu (SP) e, posteriormente, em dezembro de 2015, encerrou as atividades nas plantas de Campinas e Hortolândia, ambas localizadas no interior de São Paulo.
O impacto social foi significativo, com o término de mais de 1.500 empregos diretos e o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas, como o 13º salário para os funcionários. A Justiça apontou dívidas acumuladas que ultrapassavam R$ 1,1 bilhão, incluindo valores destinados a fornecedores, serviços contratados e verbas rescisórias.
A Massa Falida da Mabe ainda respondeu a mais de dois mil processos judiciais, o que dificultou ainda mais a recuperação da empresa. Diante desse cenário, a administração da massa falida ficou a cargo da Capital Administradora Judicial, responsável pela venda dos ativos e pela tentativa de geração de receita para pagamento dos credores.
Até o momento, nenhuma nova empresa nasceria diretamente dos antigos acionistas, reforçando o fim do ciclo da Mabe no mercado brasileiro. A falência da Mabe serve como um alerta sobre os desafios enfrentados pelas indústrias tradicionais em um ambiente de competição crescente e mudanças econômicas.
Os consumidores e fornecedores continuam a ser orientados pelos órgãos de proteção ao consumidor sobre os direitos e procedimentos relacionados à falência, reforçando a importância de acompanhamento atento em casos de insolvência empresarial.
