A Braskem apresentou nesta semana, na feira K 2025 em Düsseldorf, uma série de materiais plásticos bio-baseados voltados para embalagens, saúde, higiene e aplicações industriais mais sustentáveis. As inovações reforçam o avanço da economia circular no setor, algo que acompanha de perto o que observamos diariamente, especialmente pela influência direta que esses materiais exercem sobre extrusoras, injetoras, sopradoras e linhas de transformação instaladas no parque fabril brasileiro.
A Braskem, empresa nacional com atuação global, é uma das maiores produtoras de resinas termoplásticas das Américas e líder mundial em biopolímeros de fonte renovável. Seus produtos abastecem praticamente todas as cadeias industriais — de embalagens e construção civil ao setor automotivo, farmacêutico e de bens de consumo. Nos últimos anos, a companhia tem acelerado o desenvolvimento de soluções com pegada de carbono reduzida, reforçando sua posição como referência em sustentabilidade dentro da indústria química.
A presença da Braskem na K 2025 ganha ainda mais peso considerando o papel da feira. O evento é reconhecido como o principal encontro global de plásticos, borracha e materiais avançados, reunindo fabricantes de máquinas, transformadores, químicos e especialistas em tecnologia a cada três anos na Alemanha. É ali que surgem as tendências que ditam o ritmo da inovação no setor, influenciando diretamente o tipo de máquina, matéria-prima e tecnologia que empresas de transformação vão buscar nos próximos anos.
Durante a edição deste ano, a Braskem apresentou novos materiais sob a marca I’m green™, todos de origem renovável. Um dos destaques foi o filme MDO produzido com polietileno derivado do etanol de cana-de-açúcar, desenvolvido para embalagens mono-material mais recicláveis e com melhor desempenho ótico e mecânico. A empresa também revelou o Medcol, um PE de baixa densidade bio-baseado voltado para o mercado farmacêutico, indicado para aplicações como ampolas blow-fill-seal e embalagens sensíveis, já nascendo com pegada de carbono negativa.
Além disso, exibiu um PEAD renovável destinado a não-tecidos usados em higiene pessoal e um EVA com 21% de acetato de vinila e formulação ultra-macia, voltado ao setor calçadista.
A Braskem aproveitou o evento para destacar novas parcerias. Com a Bottle Up e a Eurobottle, desenvolveu garrafas reutilizáveis em PE renovável, reforçando o potencial comercial do material em embalagens rígidas. Já no segmento de calçados, firmou colaboração com a marca Veja, utilizando seu EVA bio-baseado em solados e componentes que combinam desempenho e sustentabilidade.
Para o mercado industrial, especialmente para fabricantes e operadores de máquinas, esse movimento indica adaptação inevitável. Materiais renováveis exigem parâmetros diferentes de processamento, ajustes nas linhas de transformação e novas estratégias de aproveitamento de resíduos. Isso abre espaço para modernização do parque fabril, retrofit de máquinas, maior demanda por equipamentos com controle fino de temperatura e viscosidade e, ao mesmo tempo, cria oportunidades de revenda — pontos com os quais o público do Galpão das Máquinas lida no dia a dia. O avanço dos biopolímeros, especialmente aqueles com pegada de carbono negativa, tende a fortalecer exigências ambientais e a acelerar mudanças estruturais no setor, tornando a busca por eficiência e atualização tecnológica cada vez mais urgente.
