O setor produtivo da Coreia do Sul reverteu seu breve período de crescimento e retornou à zona de contração em outubro de 2025. O resultado negativo foi impulsionado pela combinação de uma persistente fraqueza econômica doméstica e o impacto de tarifas impostas sobre bens de exportação, especialmente aqueles destinados aos Estados Unidos. A leitura do indicador setorial demonstrou que o setor, a quarta maior economia da Ásia, atravessa seu oitavo mês de deterioração nos últimos nove meses.
O índice de Gerentes de Compras (PMI) da Manufatura da Coreia do Sul é compilado pela S&P Global Market Intelligence e é amplamente considerado um indicador crucial da saúde econômica. Para o mercado, uma leitura acima de 50.0 sinaliza expansão, enquanto qualquer pontuação abaixo desse limiar indica contração.
O setor produtivo sul-coreano é vital globalmente, sendo um gigante na produção de semicondutores e veículos.
Em outubro, o PMI sul-coreano caiu para 49.4, uma queda significativa em relação aos 50.7 registrados em setembro. Essa deterioração na atividade fabril reflete um estado de fragilidade no setor, onde a produção, os novos pedidos e o emprego voltaram a encolher, revertendo os modestos ganhos do final do terceiro trimestre.
Os novos pedidos de entrada caíram a um ritmo moderado. Os fabricantes atribuíram essa redução não só à economia doméstica enfraquecida, mas diretamente às tarifas que afetam suas exportações. O declínio na demanda de exportação foi explicitamente notado, especialmente nos pedidos provenientes dos Estados Unidos.
Os volumes de produção diminuíram pelo sétimo mês nos últimos oito. As empresas cortaram a produção devido ao fluxo reduzido de novos pedidos. Em uma tentativa de atender aos pedidos existentes, as fábricas recorreram à utilização dos estoques de itens acabados, resultando em uma modesta depleção de suas reservas.
O mercado de trabalho também sentiu o impacto. Os níveis de emprego caíram pela primeira vez em três meses em outubro, embora de forma fracionada. O ritmo de corte de postos estava ligado principalmente à não substituição de saídas voluntárias, e não a demissões ativas. A redução na carteira de pedidos em andamento (backlogs of work) atingiu o maior grau desde junho, indicando persistência de capacidade ociosa no setor.
O lado da inflação permaneceu uma preocupação intensa. Os custos de insumos registraram um forte aumento, impulsionado pelo encarecimento das matérias-primas. Fatores externos, como a taxa de câmbio fraca e as tarifas sobre insumos importados, colocaram pressão adicional sobre os preços de entrada, que permaneceram acima da média histórica da série.
Como resultado, as cobranças de saída (preços de venda) foram elevadas pelo décimo primeiro mês consecutivo. Apesar de ter sido a taxa mais suave em três meses, essa elevação confirma a necessidade das empresas de repassar o fardo dos custos mais altos para os clientes finais.
