A produção global de plástico, hoje em 516 milhões de toneladas por ano, deve dobrar até 2060, segundo estudo recente. Atualmente, apenas cerca de 9% do plástico é reciclado corretamente uma vez, e a parcela que passa por segunda reciclagem é ainda menor.
No Brasil, 45% dos 7 milhões de toneladas de plástico produzidos anualmente são descartáveis, usados em embalagens e utensílios de uso único, o que contribui para uma crise ambiental. O país despeja cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico nos oceanos a cada ano, ocupando a 8ª posição mundial como maior poluidor marítimo.
Legislação que visa estimular a economia circular e banir plásticos descartáveis está parada no Senado desde 2023. Enquanto isso, produtos ditos biodegradáveis usados no país não apresentam degradação completa, sendo tecnicamente oxibiodegradáveis, tecnologia proibida na União Europeia.
As negociações globais para um tratado contra a poluição plástica têm sido travadas por países produtores de petróleo, como EUA, Arábia Saudita e Kuwait. O Brasil, embora parte das discussões, tem exercido pressões limitadas.
Grandes empresas alimentícias, como Nestlé, PepsiCo e Unilever, comprometeram-se a reduzir o uso de plástico e a apoiar regulamentações mais rigorosas, mas especialistas alertam que a credibilidade dessas ações depende de evidências concretas.


