Uluu, startup australiana especializada em biotecnologia marinha, anunciou a captação de US$ 13,6 milhões para ampliar a produção de um material considerado o primeiro substituto totalmente sustentável do plástico convencional.
A empresa utiliza algas marinhas cultivadas como matéria-prima para fabricar polímeros biodegradáveis que se decompõem naturalmente, sem liberar microplásticos no ambiente.
Fundada em 2020 por Julia Reisser e Michael Kingsbury, a Uluu nasceu com o objetivo de combater a poluição plástica global a partir de soluções regenerativas.
O investimento foi liderado por fundos de impacto ambiental e pela Engine Ventures, ligada ao MIT, que vem apostando em tecnologias de baixo carbono e em startups capazes de substituir materiais derivados do petróleo.
Os recursos obtidos serão direcionados à construção de uma nova planta industrial na Austrália Ocidental, projetada para escalar a produção em até 50 vezes nos próximos dois anos.
Segundo o plano, a fábrica usará energia 100 % renovável e contará com parcerias locais para o cultivo de macroalgas em grande escala, criando uma cadeia de valor totalmente circular.
O material desenvolvido pela Uluu, chamado de PHB (polihidroxibutirato), é produzido a partir da fermentação de açúcares extraídos das algas.
Diferente dos plásticos tradicionais, ele é compostável e biodegradável tanto em ambientes terrestres quanto marinhos, sendo ideal para embalagens, utensílios e peças industriais.
Estudos conduzidos pela startup indicam que o PHB possui resistência mecânica comparável ao polipropileno, mas com redução de até 80 % nas emissões de carbono durante o ciclo produtivo.
A empresa também busca certificações internacionais de neutralidade climática e planeja iniciar exportações até 2027.
A inovação da Uluu surge em um momento em que a indústria global busca alternativas urgentes ao plástico, cuja produção anual ultrapassa 400 milhões de toneladas.
O sucesso da tecnologia pode colocar a Austrália entre os líderes mundiais na bioeconomia, abrindo caminho para parcerias com setores como o de embalagens, alimentos e cosméticos.


