A Tesla, Inc., fabricante norte-americana de veículos elétricos fundada em 2003 e conhecida pelos modelos Model S, Model 3, Model X e Model Y, vinha anunciando que daria início à produção em escala de seu caminhão elétrico de grande porte, o Tesla Semi, ainda em 2025. No entanto, a empresa confirmou que a produção em volumes maiores ficou para 2026.
Originalmente apresentado em 2017, o Tesla Semi já acumula diversos adiamentos. A produção em massa era esperada para 2024, com meta de até 50 000 unidades/ano em uma fábrica nos EUA.
Apesar disso, fontes internas da Tesla indicam que, embora linhas-piloto estejam operantes, o “ramp-up” para volumes comerciais plena ocorrerá somente ao longo de 2026.
Esse atraso decorre de uma série de fatores: restrições no fornecimento de baterias, sobredemanda de outros modelos, dificuldades logísticas e realinhamento da cadeia global de componentes. Para o setor de transporte de longa distância (caminhões de classe 8), a transição para elétrico exige infraestrutura de recarga de alta potência e um novo modelo operacional que ainda está sendo testado.
Para a indústria de veículos comerciais, esse cenário significa que expectativas ambientais, de prazo e de custo por quilômetro rodado terão de ser revistas: o custo de aquisição, amortização de infraestrutura, manutenção da bateria e adesão de frotistas ainda dependem da escala para convergir com os caminhões a diesel.
ara a Tesla, adiar o início de produção em volume reduz forte risco de estoque encerrado e margens pressionadas, mas também adia a entrada no segmento onde pretende competir intensamente.
Embora a Tesla afirme que a arquitetura do Semi permanece conforme o projeto — com propulsão elétrica, autonomia elevada e menor custo operacional relativos aos veículos a combustão —, o mercado já contempla que a transição dos testes para a produção em larga escala será gradual, com rampagem provavelmente em etapas durante 2026.
Sendo assim, para frotistas, fornecedores de infraestrutura e players do transporte nacional, o adiamento implica que os investimentos em recarga rápida, gestão de frota elétrica e adaptação de frota terão de considerar um horizonte mais longo, talvez de 2027 ou além, para que a tecnologia atinja maturidade de escala.


