A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acendeu a luz amarela: entre 2012 e 2024, o crédito para a indústria de transformação encolheu 40%, enquanto a fatia do setor no total do crédito caiu de 27,2% para 13,7%. No mesmo período, pessoas físicas tiveram salto de 97% no volume de crédito, e a administração pública avançou 118%, evidenciando um deslocamento do financiamento para consumo e gasto corrente, e não para investimento produtivo.
O estudo detalha que o curto prazo para a indústria caiu 33%, o médio prazo recuou 55%, e o longo prazo despencou 64% — exatamente o tipo de funding que financia modernização, inovação e aumento de capacidade. Resultado: competitividade pressionada, sobretudo frente a importados, e risco de crescimento menos sustentável adiante.
A CNI também aponta que não houve contração do crédito total; o que ocorreu foi redirecionamento: a participação do crédito às famílias subiu de 45% para 63%, e às empresas caiu de 55% para 37%. Para um país que precisa destravar produtividade industrial, a mensagem é direta: sem linhas de médio e longo prazos, as fábricas ficam sem lastro para investir em automação, P&D e redução de custos.
No agregado setorial, a indústria extrativa recuou 38%, a construção, 29%, e o total de pessoa jurídica, 4%. Já agropecuária (+38%) e eletricidade/gás/água (+20%) cresceram, indicando maior apetite bancário por setores com garantias reais e receitas mais previsíveis.


