A China tem se consolidado como um dos principais investidores no setor de energia solar na Etiópia, com aportes que ultrapassam US$ 500 milhões por meio de três empresas chinesas líderes, sendo a maior delas a CSI Solar, que é controlada majoritariamente pela canadense Canadian Solar Inc. Este investimento visa à instalação de uma planta moderna para fabricação de módulos solares fotovoltaicos e armazenamento de energia, alinhando-se com as ambições da Etiópia de expandir sua matriz energética renovável e promover maior independência energética.
Além da CSI Solar, outras duas empresas chinesas, Hainan Drinda New Energy Technology Co. e Toyo Solar Manufacturing One Member Plc, também estão desenvolvendo projetos de manufatura solar no país africano, ampliando a capacidade produtiva local. Esses investimentos contam ainda com incentivos governamentais e processos de licenciamento ambiental, visando cumprir os requisitos da política de investimento etíope.
Esses projetos são estratégicos para a industrialização da Etiópia, promovendo não só a produção de energia limpa como também a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de competências técnicas na força de trabalho local. Com a implantação das fábricas, o governo estima a criação de mais de 10 mil empregos diretos, além de oportunidades auxiliares nas cadeias produtivas correlatas.
Outro aspecto relevante é a crescente diversificação econômica etíope, que busca diminuir a dependência da agricultura, expandir as exportações e melhorar a balança comercial. A indústria local de energia solar deve ganhar papel de destaque na região africana como fornecedora de painéis e sistemas para eletrificação doméstica e industrial, além de fortalecer parcerias internacionais.
A atuação chinesa na Etiópia também se estende a projetos de mineração, com investimentos significativos em carvão e minerais essenciais para tecnologias limpas, refletindo a postura estratégica da China em garantir acesso a matérias-primas e tecnologias para a transição energética global.
Este movimento reforça a tendência de integração entre China e África no desenvolvimento sustentável, evidenciando um modelo de cooperação que alia investimentos, tecnologia e capacitação para impulsionar o crescimento econômico de forma ambientalmente responsável.


