A confiança dos empresários industriais brasileiros registrou leve melhora em outubro, mas o setor segue em terreno pessimista. Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu um ponto, alcançando 47,2 pontos, ainda abaixo da linha dos 50 pontos — limite que separa otimismo e pessimismo.
A CNI, principal entidade representativa da indústria no país, entrevistou 1.164 empresas entre os dias 1º e 7 de outubro, incluindo 458 de pequeno porte, 444 médias e 262 grandes. O levantamento mostra que, apesar da percepção um pouco mais positiva, a confiança empresarial segue contida, reflexo das dificuldades econômicas e da demanda ainda fraca em diversos segmentos.
O Índice de Condições Atuais, que mede a avaliação sobre o momento presente, passou de 41,9 para 43,2 pontos, indicando uma melhora discreta na percepção dos empresários sobre o desempenho atual de suas empresas e da economia. Já o Índice de Expectativas, que reflete as projeções para os próximos seis meses, avançou 2,9 pontos, chegando a 49,1 pontos. Esse é o terceiro aumento consecutivo do indicador, embora ainda em nível de incerteza.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a melhora de outubro deve ser interpretada com cautela. Ele explica que o período costuma trazer uma retomada gradual da produção industrial, impulsionada pelo aumento da demanda sazonal, mas que o cenário geral ainda é de prudência.
A expectativa é que o último trimestre do ano traga novos sinais de recuperação, especialmente se houver estabilização nos custos de energia e crédito. No entanto, o sentimento predominante ainda é de cautela e desconfiança, indicando que o setor industrial precisará de mais tempo e estímulos consistentes para retomar um ciclo de crescimento sustentável.


