A Michelin confirmou que encerrará as atividades da sua fábrica localizada em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, até o final de 2025. A unidade, responsável pela produção de câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas, pneus industriais e semiacabados para outras plantas do grupo, deixará de operar devido à falta de viabilidade econômica diante do aumento significativo das importações, especialmente de países asiáticos.
Segundo comunicado oficial, o crescimento das importações com preços inferiores aos custos de produção locais gerou uma “supercapacidade produtiva” no mercado brasileiro. A pressão competitiva nesses segmentos, que ainda apresentam crescimento acelerado, tornou inviável manter a operação na fábrica.
O encerramento afetará cerca de 350 funcionários, que já estão sendo contemplados por um programa de desligamento que inclui apoio financeiro e serviços de requalificação profissional, mediante negociações com o sindicato da categoria.
A Michelin ressaltou que continuará operando suas outras oito unidades industriais no Brasil, distribuídas nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, onde emprega mais de 8 mil pessoas.
Além da produção de pneus, a multinacional também investe em pesquisa e desenvolvimento, reciclagem de pneus e materiais avançados para setores como construção e saúde, consolidando seu posicionamento de inovação sustentável.
Vale destacar que o mercado brasileiro de duas rodas continua em crescimento: em 2024 foram produzidas mais de 1,7 milhão de motocicletas, com vendas no varejo superando 1,87 milhão de unidades. Para 2025, a expectativa é de emplacar 2,02 milhões de motos, um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior, além de um aumento de 13% nas exportações — uma tendência que aponta para a importância estratégica do setor para a economia nacional.
A decisão da Michelin em encerrar a fábrica em Guarulhos é, portanto, um reflexo dos desafios de competitividade enfrentados pela indústria brasileira frente às importações e da necessidade de reestruturação para manter a sustentabilidade e a inovação da empresa no mercado local.


